Sunday, June 21, 2009

EXITEM APÓSTOLOS NA IGREJA DE HOJE?

EXITEM APÓSTOLOS NA IGREJA DE HOJE?

ESSE ASSUNTO E' BASTANTE POLEMICO ENCONTRAMOS ESSAS DUAS OPINIOES E ESTAMOS PUBLICANDO NO NOSSO BLOG SOULS FOR JESUS P/ QUEM SABE PODER TER UM ENTENDIMENTO MELHOR INDEPENDENTE DE QUAL DESSAS DUAS LINHAS DE PENSAMENTO ETEJA CORRETA , TALVEZ EM BREVE ESTAREMOS POSTANDO NOVAS INVORMACOES SOBRE ESSE ASSUNTO POIS

"Antes crescei na graça e no
conhecimento de nosso Senhor
e Salvador Jesus Cristo"
(II Pedro 3:18)

POR THIAGO SURIAN:

Ultimamente somos bombardeados por notícias de pastores que parecem que “subiram de cargo” na hierarquia cristã e já se colocam como apóstolos, ou seja, parceiros que receberam instruções pessoalmente do próprio Jesus, enquanto nós, pobres mortais, temos as intruções do próprio Jesus através da Bíblia. Será que realmente Jesus não quer mais que creiamos apenas em Sua Palavra e está nomeando novos apóstolos para nos guiar em nossa caminhada cristã? Aqui publico o que concluí sobre o assunto:

A Bíblia nos dá algumas credenciais para que alguém possa ser nomeado como apóstolo. A 1º Credencial: Ter visto o Senhor pessoalmente, não apenas em "visões", ou "sonhos". Vejam:

I Cor 15: 7 Depois foi visto por Tiago, depois por todos os apóstolos.
8 E por derradeiro de todos me apareceu também a mim, como a um abortivo.

O capítulo não trata sobre a credencial de apóstolo e sim sobre ressurreição, mas, nas duas cartas aos Coríntios, Paulo defende seu ministério apostólico. Aqui ele alfineta mais uma vez os que diziam que ele não era apóstolo (A Igreja de Corinto era meio "Neopentecostal" e contestava o ministério de Paulo porque ele era pobre, tinha enfermidades e "falava demais") e confirma sua argumentação que comprova seu ministério apostólico.

Paulo usa o termo "abortivo", querendo dizer que ele se sentia o menor, por ser o último dos Apóstolos. Essa palavra não deixa dúvidas para os que se submetem ao bom senso e à obediência às Escrituras de que Paulo foi o último dos apóstolos.
De acordo com a primeira credencial, o apóstolo deve ver fisicamente, materialmente o Senhor Jesus. Jesus cumpriu seu ministério há quase dois mil anos e apareceu a Paulo como um abortivo, depois de ter cumprido seu ministério. Os apóstolos escolheram Matias para ser o substituto de Judas no ministério de propagação apostólica do Cristianismo, naquela época, mas Deus rejeitou Matias, pois não o menciona mais em Suas Escrituras, e escolheu a Paulo como seu apóstolo.

A não ser que os apóstolos de hoje tenham mais de 1500 anos de idade e tenham visto fisicamente o Senhor Jesus, eles estão DESCREDENCIADOS como apóstolos e não podem ser chamados como tal.

Outro argumento contra o apostolado moderno está no fato que a Bíblia conta da fundação da Igreja. Historicamente, Deus começou a fundação de Sua Igreja através dos profetas, que deram a profecia e a revelação da vinda do Messias, que seria o homem perfeito e daria o exemplo a seguir, que imputaria outros zambujeiros na árvore principal (Rom 11).

Esse Messias estenderia a promessa de eleição e justificação para outros povos, além dos judeus, e transformaria a todos num só povo, submisso ao Seu nome (Mat 21:43). Esses apóstolos fraudulentos de hoje são legalistas e querem imitar os costumes do que eles acham que são dos judeus. Não dá para levá-los a sério..
Ainda na História, a Bíblia fala que o outro fundamento (os outros fundadores) da Igreja são os apóstolos, que Jesus usou para fundar Sua Igreja (I Cor 12:28/ Ef 4:11), junto com outros trabalhadores que foram de igual importância. A Igreja já foi fundada, não há mais necessidade de “apóstolos”

Jesus disse que quem quiser ser o maior no Reino dos céus, tem que ser o menor, por que então essa “neura” sobre títulos eclesiásticos que dêem “superioridade”???

Aquela mulher humilde, que nunca teve estudo ou oportunidade terrena, mas se apega diariamente em oração, suplicando com choros, humilhações, rogos e dores pelos seus filhos, pelos seus vizinhos, por sua Igreja, pelos perdidos, pelos missionários e mantém o hábito de orar sem cessar, provavelmente será muito mais recompensada pelo Senhor do que por nós que achamos que estar no front é “tudo de bão”, o “supra-sumo” de ser um cristão.

A 2º credencial para ser chamado de Apóstolo está nos sinais e na paciência do apóstolo em fundar a Igreja (A Igreja já está fundada e sobrevive há quase 2 mil anos, então não há mais necessidade de apóstolos). Veja o que Abíblia diz:
I Cor 12:
12 Os sinais (A Credencial) do meu apostolado foram manifestados entre vós com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas.

O apóstolo deveria provar as obras de Jesus, segundo o que testemunharam, fazendo as mesmas coisas, de uma maneira concentrada. Foi isso que ocorreu, mas não ocorre mais nos dias de hoje (I Cor 13:8, 10).
Deus faz milagres, Deus cura, Deus promove seus sinais, mas os distribuiu a toda a Igreja, não mais para provar nada, pois o Espírito Santo convence o homem que é pecador e precisa se tornar um cristão para ter contato com o Criador e com o Salvador (João 16: 7-10).. Os milagres aconteciam em maior escala “per capita” de cristãos na época, pois o número de cristãos era menos, a Igreja estava no seu início, e Deus quis usar os apóstolos com tantos sinais.. Hoje usa toda a Sua Igreja, em escala necessária segundo Seus planos (e não para dar showzinho na TV), segundo Seu beneplácito.

Outra coisa, a Bíblia fala de “apóstolos fradulentos” (como esses aí da lista, que coincidência, não? Hehehe). A Bíblia diz que eles são muito parecidos com os originais, e enganam muito bem. A Palavra de Deus nos alerta a tomar cuidado com esses lobos (II Cor 11:13).
Se estudarmos um pouco mais sobre a história da Igreja, veremos as tentativas de “ressucitar” o ministério apostólico. Veremos também o quanto essas tentativas foram hereges e desastrosas, como são hoje. Na Idade Média, o papado começou a dizer que os Papas eram a continuação do ministério apostólico confiado a Pedro. Até hoje os papas se auto-intitulam apóstolos, segundo a ordem de Pedro. Ainda mais, se dizem a mediação entre Deus e os homens (como também deixam a entender os apóstolos pentecostais de hoje)

Deus condenou uma dessas tentativas para nos deixar como exemplo que NINGUÉM pode se “auto-ordenar” apóstolo. Vocês já leram Apocalipse 2:6 e 2:15? Perceberam o ÓDIO de Deus contra os nicolaítas? Já se perguntaram quem foram os nicolaítas?

A teoria mais aceita é a de Irineu, um pai da Igreja que ajudou a escrever a História da Igreja primitiva e contava que esses nicolaítas eram seguidores de Nicolau, que foi ordenado diácono junto com Estevão (Atos 6:5), que se auto-proclamou apóstolo e dizia ser “autoridade espiritual”(familiar esse conceito, não?) sobre a vida dos seus seguidores. Esses hereges constituíam grupos e punha “líderes” que dominavam irrestritamente sobre eles. Deus aqui mostra que odeia o conceito de “superioridade” espiritual, ou hierárquica de um indivíduo sobre outro, mas devemos, como Igreja, prezar pela unidade e união de princípios (ai como eu queria que os seguidores do G12 e M12 estudasse história..). Lutamos todos do mesmo lado, como Igreja e não devemos permitir “elites”, “autoridades espirituais”, “apóstolos” e outros.. Deus condenou a obra de Nicolau de se auto-proclamar apóstolo, aqui nessa passagem de apocalipse, segundo Irineu.

Outra explicação sobre os nicolaítas é tem a ver com a tradução possível dessa palavra: nikh = vitória (no sentido de dominar) – Laos= ...o povo peculiar (de Israel ou Cristãos); gente, multidão;...do Século IV em diante, às vezes se refere ao leigo (conforme o grego moderno "laikos"= leigo, no sentido de povo comum)
Portanto, o nome Nikolaitwn (nicolaítas) composto destas duas palavras tem o sentido de "vitória sobre o povo" ou "os que dominam o povo".
Esta era uma heresia que se formava já no fim da era apostólica, com os falsos mestres deturpando a Pureza da Doutrina de Cristo e seus Apóstolos. A doutrina nicolaíta concebeu a idéia de uma casta especial e superior na Igreja, ou seja, o chamado Clero. Indo além, formou-se a idéia de uma hierarquia eclesiástica dentro deste mesmo clero. Há uma grande probabilidade, lógica e historicamente, de que estes nicolaítas, dos quais muito pouco se sabe, sejam os formadores do pensamento Católico Romano e, portanto, seus antecessores.

Eles estavam, no final do séc. I, infiltrados nas igrejas de Cristo como podemos ver no texto base. Evidentemente, este desejo de EXERCER PODER SOBRE O POVO, disseminou entre muitos homens de liderança nas igrejas, movidos pelo instinto carnal de DOMÍNIO, pela soberba e pela torpe ganância de posição e riquezas. Especialmente entre os pastores das grandes igrejas, nos grandes centros, com congregações numerosas, tornava-se uma tentação estabelecer uma ostentação de poder sobre o rebanho e outros pastores de rebanhos menores. Eis o porque de estabelecer-se o "centro da igreja" e o "trono do Papa", como o maioral e chefe máximo do Catolicismo em Roma. Sendo ela a capital e maior centro urbano de sua época, Roma permitia a que seus pastores nutrissem uma imagem de mais poderosos e importantes que os demais.

É claro que, com o apoio de Constantino (no começo do séc. IV) definitivamente o Bispo de Roma conquistou esta supremacia. Não fora o Nicolaísmo, não existiria o erro de uma IGREJA UNIVERSAL, com sede em algum lugar. Nem mesmo a primeira Igreja, formada por Jesus pessoalmente, em Jerusalém, tinha autoridade sobre as demais.

Veja em Atos 15, a postura da Igreja de Jerusalém com relação a Antioquia, como mãe que exorta a seu filho INDEPENDENTE num momento de necessidade, mas não considera justo lhe impor nada. Observe-se, ainda, o próprio falar dos Apóstolos Pedro e Tiago (que estavam em Jerusalém e não em Roma), como não exercem eles domínio sobre a Igreja, mas servem como conselheiros junto a Ela e com o Espírito Santo (vv.23,25 e 28). ( Pr. Waldir Ferro – www.obreiroaprovado.com )

Em resumo, qualquer que seja o significado de nicolaítas, que Deus odiava as obras, é exatamente o mesmo erro desses apóstolos de hoje.

Portanto, esses obreiros fraudulentos que se auto-denominam “apóstolos “ podem ser tudo, menos homens de Deus, mesmo que a intenção deles seja nobre e muito boa, estão no erro e disseminando heresias. Que Deus abra os olhos deles (Ele abriu os meus, por isso hoje testifico contra isso, pois já acreditei..) e de seus seguidores antes que seja tarde demais e que tenha misericórdia deles e de nós também. Amém.

por: surian

http://jeitosurian.blogspot.com/2008/08/apstolos-de-hoje.html


SEGUNDA OPINIAO:

EXITEM APÓSTOLOS NA IGREJA DE HOJE?


Steve Atkerson (*)


Muitos evangélicos rejeitam sinceramente a idéia de que possam existir apóstolos na igreja de hoje. Isso, em razão de “os Doze” terem sido escolhidos pessoalmente por Jesus para representá-Lo e por terem sido instruídos também por Ele diretamente. Certa vez, Jesus disse aos Doze: “Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou” (Mateus 10:40). Durante a última ceia, Jesus prometeu aos Doze que o Espírito Santo “vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito” (João 14:26). Depois da ascensão de Jesus, os primeiros cristãos se devotaram, não ao que Jesus havia dito, mas à “doutrina dos apóstolos” (Atos 2:42). Isso aconteceu porque os ensinamentos dos apóstolos eram idênticos aos ensinos de Jesus.

Quando Paulo visitou os irmãos na Galácia, eles o receberam “como a um anjo de Deus, mesmo como a Cristo Jesus” (Gálatas 4:14). Certamente os apóstolos tinham consciência de que sua única autoridade era como representantes de Jesus. Escrevendo aos Coríntios, Paulo disse: “Se alguém se considera profeta ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor” (1 Coríntios 14:37). Falando diretamente aos Doze, Jesus garantiu: “se guardaram a minha palavra, guardarão também a vossa” (João 15:20). Não admira que poucos sejam audaciosos o bastante para reivindicar o manto do apostolado moderno!

Porém, novos dados vêm à luz quando examinamos as informações sobre os apóstolos no Novo Testamento. Paulo escreveu que o Senhor ressurreto apareceu “aos Doze” e depois a todos os “apóstolos” (1 Coríntios 15:3-8). Serão “todos os apóstolos” diferentes dos “Doze”? Mateus 10:2-4 fornece uma relação nominal dos “doze apóstolos” e também 1 Timóteo 1:1 e 2:6 se refere a Paulo, Silas, Timóteo como “apóstolos”. Romanos 16:7 se refere a mais dois apóstolos, Andrônico e Júnias. Em Atos 14:14, Lucas se refere a Barnabé como um “apóstolo”. Finalmente, Tiago (o irmão do Senhor) parece haver sido juntado ao grupo dos apóstolos em Gálatas 1:18-19 e 2:9. Em que sentido eram “apóstolos” essas outras pessoas?

Nas Escrituras havia essencialmente dois tipos de apóstolos. Antes de tudo, havia aqueles apóstolos que viram fisicamente o Senhor Jesus e que foram pessoalmente escolhidos por Ele para representá-Lo. Eles foram treinados pessoalmente por Jesus para o trabalho (veja 1 Coríntios 15:8-9 e Gálatas 1:11 e 2:10). Esse grupo se constituiu dos pesos-pesado espirituais. Eles eram as normas para a doutrina e a prática na igreja primitiva. Foram eles os autores ou os que aprovaram todos os livros que hoje compõem o cânon das Escrituras do Novo Testamento. Enquanto que os apóstolos desse primeiro tipo foram preparados e enviados por Jesus, os do segundo tipo foram preparados e enviados pela igreja e eram dotados de muito menos autoridade (Atos 13:1-3, 2 Coríntios 8:23 e Filipenses 2:25). Não havendo sido treinados por Jesus, o segundo tipo de apóstolos meramente estudou e repetiu o que o primeiro grupo deles ensinou (1 Coríntios 4:16, 1 Timóteo 3:14-15, 2 Timóteo 2:2 e Tito 1:5).

A palavra “apóstolo” na sua Bíblia é uma tradução da expressão grega apóstolos. A tradução correta deveria ser algo como “enviado, embaixador, mensageiro, enviado” (Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. Brown, vol. 1, pág. 126). O verbo apostello traz a noção de “enviar com um propósito particular”. Assim, apóstolo pode significar “alguém comissionado” ou “mensageiro credenciado” (Novo Dicionário Bíblico, Davis, 57-60). Jerônimo, ao traduzir o Novo Testamento do grego para o latim, colocou “apóstolos” como a raiz latina do que seria mais corretamente traduzido para o nosso atual “missionário”. Você percebeu que a palavra “missionário” não é encontrada na Bíblia em inglês? (Nota da tradutor: o autor faz referência à língua de seu país, os Estados Unidos. Ocorre que também nas traduções em português a palavra não aparece uma vez sequer). Ainda assim, virtualmente todos os evangélicos acreditam em “missionários”. Isso acontece por ser “missionário” o equivalente dinâmico de apóstolo. A justificativa para a existência de missionários contemporâneos reside nos padrões do Novo Testamento e nos ensinamentos sobre a existência dos apóstolos.

Então, enquanto que o primeiro tipo de apóstolo não mais existe, os modernos missionários certamente representam o segundo tipo deles. Isto é, os atuais missionários são enviados pelas igrejas para evangelizar e para iniciar igrejas. Os plantadores de igrejas são verdadeiros apóstolos do segundo tipo descrito acima e são tão necessários hoje o quanto o foram no primeiro século.
Admitindo-se que de fato houvesse um padrão do Novo Testamento para justificar a existência de plantadores de igrejas hoje, como poderiam os modernos apóstolos realizar seus ministérios? Baseados em Atos 1:4, 8:12 e 15:1-2, (cp. Gálatas 1:11, 1:18, 2:1 e 2:9) e Atos 21:17:18, parece que a maioria dos Doze trabalhou fora de Jerusalém pelo menos dezessete anos (esta era sua base de operações). Quando lá, os apóstolos devotavam seu tempo evangelizando aos perdidos e ensinando aos salvos. Eles ocasionalmente faziam curtas viagens missionárias enquanto baseados fora de Jerusalém (Atos 8:14 e 8:25). Durante o tempo em que Paulo esteve ali, entretanto, parece que ele se retirou, conforme Atos 21:17-18. Apenas Tiago ainda estava naquela cidade. De toda forma, analisando-se bem o Novo Testamento, torna-se óbvio que um constante movimento caracterizava a maioria dos outros apóstolos. Eles viajaram, pregaram o Evangelho e organizaram igrejas. Raramente esses apóstolos viajantes se fixaram permanentemente em uma localidade. Isso é muito diferente do que ocorre hoje nas missões!

Ocasionais paradas eram feitas em localidades estratégicas, mas o circuito sempre continuava. Por exemplo, Paulo permaneceu um ano e meio em Roma (28:31). Ele se esforçou para resistir à tentação de ali ficar mais tempo. Similarmente, Paulo disse ao apóstolo Timóteo para “que ficasse em Éfeso, para advertires a alguns que não ensinassem doutrina diversa” (1 Timóteo 1:3). Porém, depois que o trabalho terminou, Paulo escreveu a Timóteo: “Apressa-te a vir antes do inverno” (2 Timóteo 4:21). Apesar do que comumente se supõe, Timóteo foi um apóstolo e não um pastor em Éfeso. Outro exemplo é Tito, deixado em Creta para “que pusesses em boa ordem o que ainda não o está” e para “que em cada cidade estabelecesses anciãos” (Tito 1:5). Depois que isso aconteceu, Tito foi juntar-se a Paulo em Nicópolis (Tito 3:12).

Quais objetivos tiveram os primeiros apóstolos, como motivação para suas viagens? Um deles foi a evangelização. Discorrendo sobre as características dos apóstolos, Paulo referiu-se a eles como “os que anunciam o evangelho” (1 Coríntios 9:14). Similarmente, Timóteo foi retratado como “fazendo a obra de um evangelista” (2 Timóteo 4:5). Mesmo uma leitura superficial de Atos mostrará essa como uma importante função dos apóstolos.

Outro objetivo desses enviados das igrejas foi a organização e o fortalecimento dos novos convertidos. Essa era a parcialmente a razão da permanência dos apóstolos de um ou dois anos em apenas uma localidade. Efésios 4:11-13 nos diz que Deus colocou os apóstolos “para preparar o Seu povo para exercer o trabalho de servir”. Paulo planejou uma visita a Éfeso, mas, pensando que poderia demorar mais do que o previsto, deixou instruções aos irmãos para que “saibas como se deve proceder na casa de Deus” (1 Timóteo 3:15). O trabalho de Timóteo era “confiar” a verdade a “homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2 Timóteo 2:2).

A maior diferença entre um ancião e um apóstolo é que a esfera dos serviços do primeiro é permanentemente concentrada em uma igreja local, enquanto que o campo do apóstolo é universal e temporário. Desde que um apóstolo haja treinado e empossado os anciãos, ele se retira para outra localidade. Depois disso, são os anciãos que ensinam a igreja e treinam outros futuros anciãos, com ajuda ocasional dos apóstolos, de passagem.

Sob a orientação do Espírito Santo, nenhuma palavra registrada nas Escrituras é acidental ou sem importância. Todos os escritos são para seu proveito. Assim como ignorar padrões do Novo Testamento sobre eclesiologia gera riscos para nós, assim também desatender às práticas apostólicas do Novo Testamento é imprudente. A existência dos obreiros itinerantes da igreja é um padrão do Novo Testamento. Virtualmente cada igreja mencionada no Novo Testamento teve seu início propiciado por equipes apostólicas e continuaram seus relacionamentos com elas por muitos e muitos anos. Nosso sangue circula por todo o corpo, fornecendo o oxigênio e eliminando as impurezas. Os trabalhadores itinerantes da igreja são para ela o que o sangue é para o corpo. Seus ministérios são partes importantes do projeto de Deus para igrejas mais sadias e crescentes. O padrão do Novo Testamento é a existência de igrejas que enviem missionários que iniciem novas igrejas em áreas não atingidas pelo Evangelho. Nós ainda precisamos do ministério desses homens hoje. Esses modernos “apóstolos” podem inclusive ajudar igrejas existentes a consolidar-se na sã doutrina e na prática correta. Eles servem como professores de seminário sobre rodas, treinando e equipando líderes de igreja em suas próprias localidades 1 Timóteo 1:3, 3:14-15, 4:1-6 e 4:13, 2 Timóteo 1:13, 2:1-2, 2:14 e 4:1-5 e Tito 1:5 e 2:1-15).

Os apóstolos do nosso tempo devem ser servos da igreja, não senhores sobre elas. Embora eles venham naturalmente a ter a influente autoridade de um ancião sobre as igrejas que iniciam, o moderno apóstolo não tem nenhum “posto” maior do que qualquer ancião. Os apóstolos modernos não são como os Doze. Eles precisam recordar de que a fé “de uma vez para sempre foi entregue aos santos” (Judas 3). Nenhum ensino “novo” é necessário; nenhuma teologia essencial foi antes retida da igreja. Assim, o ensino do iniciador de igrejas deve ser em harmonia com as revelações anteriores dos Doze. Não duvide de que ocasionalmente surgirão falsos apóstolos e, por causa disso, precisamos ser como os Efésios que puseram “à prova os que se dizem apóstolos e não o são, e os achaste mentirosos” (Apocalipse 2:2).

Não é provável que possamos encontrar de novo apóstolos no sentido dos “Doze”. Entretanto, a igreja sempre teve e continuará a ter apóstolos no sentido de Barnabé, Timóteo, Tito e Epafrodito, isto é, plantadores de igrejas enviados para evangelizar, iniciar igrejas, treinar e empossar líderes e depois se mudarem para outras localidades.

Equipes apostólicas foram fundamentais na divulgação e na maturidade da igreja primitiva. A existência deles e seus ministérios são padrões do Novo Testamento. Eles evangelizaram, fizeram discípulos, ensinaram, organizaram e deram posse a anciãos. Podemos iniciar uma igreja sem a presença de um apóstolo? Sim. Pode uma igreja existente funcionar sem o impulso inicial de um apóstolo? Sim. Pode uma igreja eleger seus próprios anciãos? Sim. Porém, tudo isso é muito mais fácil se os obreiros apostólicos estiverem disponíveis.

Sumário

Do que a igreja não precisa é:

Auto-proclamados apóstolos que tentam ser senhores (governar) a igreja local. Apóstolos devem ser servos da igreja (Colossenses 1:25 e 2 Coríntios 13:4). É tarefa dos apóstolos fortalecerem a liderança local, não a suplantar. De fato, os apóstolos devem ser responsáveis pela liderança da igreja local.
Apóstolos que dominem as reuniões da igreja local e procurem transformá-las em um espetáculo de um só homem. Apóstolos devem ser como treinadores, não como jogadores. A igreja “pertence” aos irmãos, não aos apóstolos.
Parasitas da igreja. Apóstolos têm direito a apoio financeiro, mas devem ser capazes e desejarem trabalhar secularmente, se for necessário.
Apóstolos que mascateiam a Palavra de Deus, cobrando pelas aulas nas classes bíblicas.
A igreja precisa que você:

Ore para que Deus levante, em nosso tempo, apóstolos modernos que desejem iniciar igrejas domiciliares bíblicas (Mateus 9:37-38). (Pergunte a Deus e a outros crentes se, talvez, você deva fazer parte de um ministério apostólico. Você talvez receba a resposta à sua própria oração!).
Ore pelos que já estão fazendo trabalho evangelístico (Efésios 6:19-20 e Colossenses 4:2-4).
Faça doações financeiras para ajudar aos apóstolos de tempo integral (e evangelistas) (1 Coríntios 9:14).
Esteja aberto ao ministério e ao incentivo dos apóstolos. A influência dos mencionados trabalhadores itinerantes podem impedir a igreja de tornar-se estagnada ou de contentar-se com a alegre comunhão dos crentes da mesma opinião. Grupos isolados podem facilmente se esquecer do desejo de Deus de que evangelizemos e busquemos aos perdidos.
Tradução de Otto Amaral



(*) Steve Atkerson e sua esposa Sandra vivem no norte da Geórgia (Estados Unidos), com seus três filhos, aos quais ministraram educação formal em casa. Steve formou-se na Georgia Tech e trabalhou em eletrônica industrial antes de ir para o seminário. Depois de graduado Mestre em Divindade pelo Mid America Baptist Theological Seminary, em Memphis, serviu por sete anos como pastor da Igreja Batista do Sul. Ele demitiu-se em 1990 para trabalhar com igrejas que desejavam seguir as tradições apostólicas em suas práticas. Ele viaja e ensina onde o Senhor abre as portas da oportunidade. Steve é também ancião na igreja domiciliar que ajudou a fundar em 1990, além de ser professor, palestrante itinerante e presidente da NTRF (Fundação para Restauração do Novo Testamento), autor dos livros The practice of the Early Church: A Theological Workbook, do Equipping Manual e é editor e autor de artigos do livro Ekklesia: To the Roots of Biblical House Church Life.